domingo, 28 de junho de 2015

OS PERSAS

Prof. Douglas Barraqui

a)    Localização geográfica:

ü  Planalto do Irã, a leste da Mesopotâmia - região de clima seco cercada por desertos de um lado e por montanhas de outro, onde era possível praticar a agricultura e o pastoreio.
ü  Norte - estabeleceu-se os medos (reino da Média).
ü  Sul - estabeleceu-se os persas (reino da Pérsia).

b)   Origem:

ü  Povos indo-europeus (Os termos indo-europeu, ariano e ário referem-se aos povos que habitavam o sul da Europa, entre os rios Danúbio e Volga, e que migraram para regiões da Europa ocidental, para o Oriente Próximo e para a Índia. São indo-europeus os persas, os medos, os indianos, os gregos, os romanos e os germânicos).
ü  O rei dos medos, Ciaxares (625 a.C.-585 a.C.), dominou os persas e unificou os reinos. Contudo, seus sucessores não conseguiram dar continuidade à unidade política. Em 559 a.C., Ciro II, o rei dos persas, tomou o poder e unificou novamente os dois reinos.

c)    Aspectos políticos:

Ciro II: expansão e o Império Persa
O crescimento populacional criou a necessidade de ampliar as fronteiras do reino, em busca de terras férteis para a produção de alimentos:
·         Regiões conquistadas:  Lídia, colônias gregas da Ásia Menor, a Babilônia (libertando os hebreus do cativeiro), a Fenícia, a Síria e a Palestina.
·         Tolerância cultural, econômica e política: Ciro II permitia a continuidade das práticas religiosas e comerciais e concedia certa autonomia aos dirigentes locais. Em troca, exigia homens para o exército, alimentos, metais e cobrava impostos.

Dario I: organização administrativa do Império Persa
Dario I (550 a.C.-486 a.C.) - deu continuidade à expansão territorial (o império atingiu sua maior extensão).

Criou de uma eficiente estrutura administrativa, capaz de fiscalizar e controlar domínios extensos:

ü  Criou as SATRAPIAS - 20 províncias que deveriam pagar impostos proporcionais à riqueza que possuíam;

ü  As satrapias eram governadas pelos SÁTRAPAS (chefes locais).

ü  A fim de controlar a ação dos sátrapas e de fiscalizar a arrecadação de impostos, Dario I designou, para cada satrapia, chefes militares e inspetores que eram homens de sua confiança, conhecidos como “olhos e ouvidos do rei”.

ü  Unificado de impostos, pesos e medidas e criou uma moeda única. Objetivo era organizar e melhorar o controle da arrecadação em todo o império.

ü  Instituiu uma moeda única.

ü  Construiu uma rede de estradas pavimentadas, que ligavam o território à Mesopotâmia, à Palestina, à Fenícia e ao Egito, rodeadas por postos de abastecimento e com pousadas a cada 20 quilômetros (uma delas, a Estrada Real, com 2.400 quilômetros de extensão, cruzava boa parte do império).

ü  Organizou um sistema de correios, com o objetivo de facilitar a comunicação;

ü  Adotou o aramaico como língua oficial com a intenção de facilitar a comunicação entre as diversas províncias e, consequentemente, a atividade comercial.

ü  Estabeleceu três sedes administrativas para o império, localizadas nas cidades de Pasárgada, Persépolis e Susa, nesse período, os persas avançaram em direção à Ásia Menor, entraram em conflito com os gregos e perderam. Depois dessa derrota, o império entrou em crise e foi, sucessivamente, conquistado por outros povos

d)   Aspectos sociais:

ü  Uma pequena parcela da população ligada ao rei, como funcionários (sátrapas, inspetores reais, chefes militares) e sacerdotes, exercia grande influência política e beneficiava-se das riquezas geradas pela atividade comercial.
ü  Os sacerdotes desfrutavam de privilégios especiais, porque cabia a eles conduzir as cerimônias religiosas e interpretar a vontade dos deuses.
ü  A maior parte da população era constituída de camponeses, encarregados também de construir estradas e palácios.
e)    Aspectos econômicos:
ü  Antes de formarem um império: praticavam a agricultura, dedicando-se ao cultivo de centeio, trigo, cevada e hortaliças, e ao pastoreio, com a criação de cabras, bois e ovelhas.
ü  Com a expansão territorial: comércio e o artesanato, que passaram a ser as atividades mais desenvolvidas (os produtos eram transportados por caravanas que circulavam do Extremo Oriente ao mar Mediterrâneo).

f)     Aspectos culturais:

ü  Difusão da língua aramaica por todo o Oriente Próximo antigo.
ü  Nas artes em geral, os persas assimilaram as influências dos povos conquistados (na construção de palácios e monumentos, é possível perceber a influência dos assírios e babilônios. Na engenharia, merece destaque a construção de um canal, localizado entre o mar Vermelho e o mar Mediterrâneo).

A religião
ü  De início, os persas eram politeístas e cultuavam as forças da natureza (animistas).

ü  Zoroastrismo:
·         Zoroastro, ou Zaratustra (628 a.C.-551 a.C.), realizou uma reforma religiosa, com a criação do zoroastrismo, cujos fundamentos estão no livro Zend-Avesta, escrito pelo próprio Zoroastro. De acordo com a nova religião: o Universo seria regido por dois deuses:
§  Ormuz - deus do bem, representado pelo fogo,
§  Arimã - deus do mal, representado por uma serpente.
·         O conflito entre esses deuses representaria a luta entre o bem e o mal. Ao término do combate, o bem venceria, os mortos ressuscitariam e ocorreria uma espécie de julgamento final, no qual os justos seriam recompensados e os demais seriam severamente castigados. (Algumas características da religião persa são encontradas em outras religiões, como o judaísmo, o cristianismo e o islamismo).

Guerras Médicas

A história da civilização persa também esteve intimamente associada à das cidades-estado gregas. Foram contra os persas que os gregos travaram as famosas Guerras Greco-Pérsicas ou Guerras Médicas (que remetem aos povos medos, como os persas eram conhecidos pelos gregos). Desde Dario I, passando por Xerxes, até Dario III (o último rei persa), que persas e gregos enfrentavam-se. Sempre foi um desejo persa conquistar a região da Hélade (como era conhecida a Grécia Antiga). A batalha de Salamina, ocorrida em 480 a.C., foi a mais importante daquelas travadas entre gregos e persas, haja vista que a marinha ateniense, liderada por Temístocles, conseguiu o grande feito de deter o avanço do poderoso exército de Xerxes.

O último grande imperador persa, Dario III, teve também a mesma pretensão de seus antecessores. Porém, a civilização persa foi submetida ao maior império da Antiguidade antes do Império Romano: o império que foi fundado pelo herdeiro da cultura grega, Alexandre da Macedônia, também conhecido como Alexandre, O Grande, que derrotou Dario III e estendeu os domínios de seu império sobre toda a região do antigo império Persa.

REFERÊNCIAS:
AZEVEDO, Gislane Campos; SERIACOPI, Reinaldo. Projeto Teláris: história 6° ano. São Paulo: Ática, 1º ed., 2012.

CAPELLARI, Marcos Alexandre; NOGUEIRA, Fausto Henrique Gomes. História: ser protagonista - Volume único. Ensino Médio. 1ª Ed. São Paulo: SM. 2010.

COTRIM, Gilberto. História Global – Brasil e Geral. Volume Único. Ensino Médio. 8ª Ed. São Paulo: Saraiva 2005.

MOZER, Sônia & TELLES, Vera. Descobrindo a História. São Paulo: Ed. Ática, 2002.

PILETTI, Nelson & PILETTI, Claudico. História & Vida Integrada. São Paulo: Ed. Ática, 2002.

Projeto Araribá: História – 6° ano. /Obra coletiva/ São Paulo: Editora Moderna, 2010. Editora Responsável: Maria Raquel Apolinário Melani.

Uno: Sistema de Ensino – História – 6° ano. São Paulo: Grupo Santillana, 2011. Editor Responsável: Angélica Pizzutto Pozzani.


VICENTINO, Cláudio. Viver a História: Ensino Fundamental. São Paulo: Ed. Scipione, 2002.

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