domingo, 21 de junho de 2015

A CIVILIZAÇÃO FENÍCIA: NAVEGADORES E COMERCIANTES

Prof. Douglas Barraqui
Rotas comerciais dos fenícios

a)    Localização geográfica:
ü  Ocupavam uma estreita faixa de terra situada entre o litoral do mar Mediterrâneo e as montanhas do atual Líbano.
ü  Parte desse território era muito fértil, o que permitia à população explorar a cultura de trigo e de oliveiras, e extrair madeiras nobres, como o cedro.
ü  A outra parte do território era muito quente e árida, com períodos de seca que duravam praticamente o ano inteiro.
ü  Uma cadeia de altas montanhas impedia os fenícios de adentrar o continente; por isso, eles voltaram suas atividades para o mar, pois:
·         Havia abundância do cedro, considerada uma excelente madeira para a construção de navios,
·         A existência de bons portos naturais favoreceram o comércio marítimo.

b)   Origem:
ü  Povo Semita - Grupo étnico e linguístico que se originou na Ásia ocidental e que compreende vários povos, como árabes e hebreus.
ü  O nome fenícios - A palavra phoinikés (púnico), usada para designar os fenícios, deriva de phóinix, que significa “roxo, púrpura”. A tinta púrpura utilizada pelos fenícios para tingir tecidos, um dos principais produtos comerciais desse povo, era extraída da glândula de um molusco marinho chamado múrice. Para obter meio litro de tinta, eram necessários mais de 60 mil múrices. Pois, de cada molusco, só se extraíam algumas gotas de tinta.
c)    Aspectos políticos:
ü  O isolamento geográfico dos fenícios dificultou a formação de um Estado unificado.
ü  Cidades desenvolveram-se de modo independente. As principais cidades portuárias foram Biblos, Sídon, Tiro e Ugarit.
ü  Cada uma das cidades-Estado tinha o próprio rei, que era auxiliado por uma assembleia composta, em geral, de ricos comerciantes. Os sacerdotes também participavam das decisões políticas.

d)   Aspectos sociais:
ü  Abaixo do rei, dos ricos comerciantes (geralmente o governo das cidades fenícias ficava nas mãos dos grandes comerciantes, chamados de sufetas. e dos sacerdotes, estavam os trabalhadores livres (artesãos, camponeses, marinheiros, pequenos comerciantes) e os escravos, prisioneiros provindos das disputas com outros povos ou entre as cidades-Estado fenícias.

e)    Aspectos econômicos:
ü  As montanhas do território fenício possuíam madeira de excelente qualidade – como o cedro, o cipreste e o pinho –, utilizada para a construção de embarcações e outros artefatos.
ü  A construção naval viabilizou a prática comercial das cidades-Estado da Fenícia com outros povos.
ü  Foram também grandes artesãos: produziam tecidos, joias, perfumes, vidro, cerâmica decorada, armas e objetos de marfim
ü  As navegações - fizeram dos fenícios excelentes comerciantes e lhes possibilitaram entrar em contato com diversos povos de sua época. Os fenícios eram temidos pelos gregos por suas atividades de pirataria. Na Antiguidade, era comum os marinheiros das embarcações mercantes atacarem outros navios para roubar seus produtos ou para capturar os tripulantes e vendê-los como escravos.
ü  As colônias fenícias - A navegação avançada permitiu aos fenícios cruzar o mar Mediterrâneo e chegar ao oceano Atlântico. Fundaram colônias na costa da África, na Espanha, na Sicília e na Sardenha, que serviam como grandes depósitos e eram voltadas para o comércio e a troca de mercadorias. Nesses locais, eles adquiriam ouro, prata, estanho, cereais e também escravos. Alguns desses lugares tornaram-se verdadeiros centros comerciais da época, como Trípoli e Cartago.
ü  Cartago - provavelmente a cidade-estado que mais se destacou na Fenícia, importante entreposto comercial, tornou-se independente em 650 a.C., virando uma república.

f)     Aspectos culturais:
Religião
ü  Eram politeístas (acreditavam em várias divindades) e seus deuses eram celestes e terrestres.
ü  Antropomórfica, pois eles atribuíam características ou aspectos humanos às suas divindades.
ü  Por meio das atividades comerciais e do contato com diferentes povos, a religião fenícia sofreu influência dos mitos caldeus e egípcios.
·         A influência egípcia levou os fenícios a acreditar na vida após a morte e a mumificar pessoas politicamente importantes.
ü  Adoradores de divindades relacionadas à natureza. Eles acreditavam que os deuses eram responsáveis pela fecundidade do solo e pela abundância de alimentos nas colheitas.
ü  Sacrifícios de animais e pessoas (crianças primogênitas) que realizava para homenagear os deuses Baal, Astartéia, Dagon, Ayan e Anat que geralmente eram feitos ao ar livre.

Embarcações fenícias
Os navios destinados à prática comercial tinham a imagem da cabeça de um cavalo na proa e um casco arredondado que aumentava o espaço interno, possibilitando maior volume de carga. Já os birremes – navios de guerra utilizados para afugentar piratas e não para conquistar territórios – possuíam um aríete e eram longos e estreitos, com duas fileiras de remadores para aumentar sua velocidade, combinadas com o uso de velas. Esses modelos de embarcações foram depois utilizados pelos gregos e adaptados pelos romanos, especialmente durante as Guerras Púnicas (264 a.C.-146 a.C.).

Alfabeto Fenício
A atividade comercial colocou os fenícios em contato com povos do Oriente e do Ocidente. Nesse contato, demonstraram-se capazes de adaptar experiências de outros povos para criar expressões próprias, o que lhes permitiu desenvolver um alfabeto com 22 letras com base na escrita cuneiforme dos sumérios e nos hieróglifos dos egípcios. Cada caractere representava o som de uma consoante. O alfabeto fenício começou a ser difundido a partir do ano 1000 a.C. e foi o precursor dos sistemas alfabéticos modernos. Ele foi adaptado pelos gregos, que acrescentaram as vogais.

Matemática e astronomia
A atividade comercial também possibilitou o desenvolvimento da matemática e da astronomia, conhecimentos que os auxiliavam na:
  • Administração da produção agrícola
  • Navegação - Como eram excelentes navegadores, os fenícios observavam o movimento das estrelas, as migrações das aves, as correntes marítimas e os ventos e utilizavam esses fenômenos como meios de orientação em suas viagens.
  • Estabelecimento das rotas marítimas.  
Decadência
Por volta do século VIII a.C., o enfraquecimento das cidades-Estado fenícias possibilitou que diferentes povos conquistassem o território sucessivamente. Como a Fenícia estava localizada em uma região de passagem entre a Ásia e o Egito, todos os grandes impérios da Antiguidade, formados nas proximidades do mar Mediterrâneo, apoderaram-se do território fenício. Foi o caso dos impérios egípcio, assírio, caldeu, macedônico e romano.

REFERÊNCIAS:

AZEVEDO, Gislane Campos; SERIACOPI, Reinaldo. Projeto Teláris: história 6° ano. São Paulo: Ática, 1º ed., 2012.

CAPELLARI, Marcos Alexandre; NOGUEIRA, Fausto Henrique Gomes. História: ser protagonista - Volume único. Ensino Médio. 1ª Ed. São Paulo: SM. 2010.

COTRIM, Gilberto. História Global – Brasil e Geral. Volume Único. Ensino Médio. 8ª Ed. São Paulo: Saraiva 2005.

MOZER, Sônia & TELLES, Vera. Descobrindo a História. São Paulo: Ed. Ática, 2002.

PILETTI, Nelson & PILETTI, Claudico. História & Vida Integrada. São Paulo: Ed. Ática, 2002.

Projeto Araribá: História – 6° ano. /Obra coletiva/ São Paulo: Editora Moderna, 2010. Editora Responsável: Maria Raquel Apolinário Melani.

Uno: Sistema de Ensino – História – 6° ano. São Paulo: Grupo Santillana, 2011. Editor Responsável: Angélica Pizzutto Pozzani.

VICENTINO, Cláudio. Viver a História: Ensino Fundamental. São Paulo: Ed. Scipione, 2002.


Um comentário:

Empresas de sucesso disse...

Um grande povo que fez parte da história do mundo