quinta-feira, 14 de julho de 2016

GREGOS E O MITO DA CRIAÇÃO

Prof. Douglas Barraqui

Segundo os mitos de criação gregos no início só existia o Caos (Kháos), o primeiro deus primordial a surgir no universo, a mais velha das formas de consciência divina. Caos representava a desordem inicial do mundo um vazio sem forma do tamanho de todo o universo. Caos era um abismo cego, escuro e ilimitado.

De Caos se originou a Terra (Gaia). Gaia representa um contrário de Caos, já que é existência. Uma presença distinta, uniforme, precisa. Nascida da ausência, do seio dessa ausência. Assim, à confusão, à ausência, ao vazio, opõe-se a presença nítida, firme e estabilizadora. As características de Gaia são a doçura, a submissão e a humildade. A palavra humildade vem de “húmus” (terra), de onde o homem (humus = homo) é modelado.

Também, a partir de Caos nasce o submundo (Tártaro) e o amor (Eros). Que era simplismente o mais belo de todos os deuses. Do Caos, também, saíram a escuridão do submundo (Érebo) e a noite (Nyx). Da união entre Érebo e Nyx nasceu o Dia.

Basicamente podemos assinalar que segundo o mito de criação grega tudo começa com três elementos básicos: Kháos, vazio primordial; Gaia, a presença firme, estabilizadora e Éros, o impulso primordial do universo.


Gaia deu a luz ao céu (Urano) e com ele teve diversos filhos entre os quais o mar (Oceano), o tempo (Chronos) que era o mais jovem e mais terrível de seus filhos. Chronos, seguindo ordens de Gaya, castra Urano e se casa com sua filha Rea. Com Rea, Chronos teve filhos que mais tarde se revoltariam contra ele e assumiriam o poder. Esses novos deuses dividiram entre eles a autoridade. Zeus ficou com o céu. Posseidon ficou com os mares e Hades ficou com o submundo. 

Referências bibliográficas:

BRANDÃO, Junito de Sousa. Mitologia Grega. vols. 1, 2 e 3. Petrópolis, Vozes, 1986.

GRIMAL, Pierre. Dictionnaire de la mythologie grecque et romaine. Paris, Presses Universitaires de France, 5 ed., 1976.

VERNANT, J-P. O universo: os deuses, os homens. S. Paulo, Companhia das Letras, 2000).

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