segunda-feira, 2 de novembro de 2015

ROMA ANTIGA PARTE III – O IMPÉRIO ROMANO

Prof. Douglas Barraqui

OTÁVIO INICIA E ORGANIZA O IMPÉRIO
ü  Consolidou sua posição de comandante dos exércitos romanos.
ü  Fortaleceu o exército romano.
ü  Fundou a guarda pretoriana.
·         Formada por soldados de elite de Roma.
·         Usavam uniformes especiais e eram bem remunerados.

Otávio recebeu do Senado várias atribuições:
Ø  Recebeu do senado o título de “Príncipe”, ficando seu governo conhecido como principado (27 a.C.- 14 d.C.). Príncipe - primeiro cidadão da república e líder do senado.
Ø  Direito de vetar medidas aprovadas pelos senadores.
Ø  Consolidou sua posição de comandante dos exércitos
Ø  Recebeu o título de “Augusto” (divino), que dava caráter sagrado à sua figura.
·         Mandou cunhar seu nome em moedas, com os dizeres de título “Filho de Deus”.
·         O imperador era reverenciado e adorado como um dos deuses romanos.

Ø  Instituiu as Pax Romana:
·         Territórios romanos foram reorganizados,
·         Fronteiras foram fortalecidas;
·         Povos rebelados foram pacificados.
·         Período de prosperidade.
·         Com a riqueza proveniente das regiões conquistadas, Augusto patrocinou poetas, como Virgílio, Horácio e Ovídio, e historiadores, como Tito Lívio.
·         O imperador também pôde distribuir trigo e garantir diversão para a plebe urbana, apaziguando-a. Essa política foi chamada “pão e circo” (panem et circenses, em latim) e já havia sido posta em prática por César.

AS DINASTIAS IMPERIAIS E SUAS CARACTERÍSTICAS

I)             DINASTIA JÚLIO-CLAUDIANA (14-68)
Otávio Augusto foi sucedido por Tibério, seu filho adotivo. Esse foi o início da primeira dinastia de imperadores, a Júlio-Claudiana.
Sucessores - Calígula e Cláudio (37-54) e Nero (54-68).

Tibério (14-37)
ü  Aperfeiçoou a administração.
ü  Controlou a economia.
ü  Impôs rigorosa justiça.
ü  Consolidou as fronteiras do império.
ü  Manteve boas relações com o Senado.

Calígula (37-41)
ü  Criou novos impostos.
ü  Confiscou bens dos ricos
ü  Condenou opositores à morte.
ü  Teria nomeado seu cavalo Incitatus como cônsul.
ü  Teria determinado que criminosos fossem servidos vivos como refeição para animais selvagens e foi acusado de ter relações incestuosas com suas três irmãs.
ü  Foi sucedido por seu tio, Cláudio.

Cláudio (41-54)
ü  Buscou a boa administração das províncias.
ü  Construiu várias estradas.
ü  Desconfiado de que sua esposa promovia orgias com os amantes, ele teria ordenado que ela fosse executada, juntamente com 300 suspeitos de participar das festinhas.
ü  Tinha o hábito de assistir às sessões onde criminosos eram torturados até a morte.
ü  Também tomava decisões folclóricas, como autorizar a livre flatulência durante os banquetes.

Nero (54-68)
ü  Nero iniciou a perseguição aos cristãos.
ü  Em 68, perdeu o apoio do Senado e da guarda pretoriana.
ü  Cometeu suicídio.
ü  Foi responsabilizado pela morte de sua própria mãe, de sua primeira esposa e de ter mandado envenenar um meio-irmão.
ü  Teria incendiado Roma e colocado a culpa nos cristãos que acabaram empalados e transformados em tochas humanas em Roma.

Depois da morte de Nero, o patrício Galba, da região de Terracina, foi aclamado imperador pelo exército da Hispânia. Pela primeira vez ocorria a indicação de um imperador não romano. Galba foi proclamado imperador pelo Senado, mas não aceitou o título. A guarda pretoriana reagiu e colocou no poder Otão, governador da Lusitânia. Foi um reinado breve e instável politicamente. Assim como Nero, Otão suicidou-se. O poder passou para as mãos de Vitélio, que enfrentou revoltas das tropas na Germânia, na Bretanha e na África. Vitélio acabou derrotado por Vespasiano em dezembro de 69. Era o início da segunda dinastia.

II)            DINASTIA DOS FLÁVIOS (69-96)
Vespasiano (69-79)
ü  Renovou o Senado,
ü  Reorganizou a administração
ü  Conquistou a simpatia da plebe, pois embelezou Roma
ü  Iniciou a construção do Coliseu.

Tito (79-81)
ü  Inaugurou o Coliseu, obra iniciada por Vespasiano.
ü  Durante seu governo, ocorreu a destruição de Pompeia e Herculano

Domiciano (81-96)
ü  Estimulou a agricultura.
ü  Incentivou as artes e as letras.
ü  Reconstruiu os edifícios destruídos pelo grande incêndio de Roma.
ü  É acusado de ter causado a morte do próprio irmão e de ter executado um primo, além de esmagar com violência e crueldade qualquer tentativa de rebelião.
ü  Paranóico e raivoso, Domiciano via suspeitos de conspiração por todos os lados, tratando-os como inimigos a serem exterminados.
ü  Implantou um regime de terror contra membros importantes do Senado e exigia ser tratado como um deus.

Os imperadores Vespasiano, Tito e Domiciano foram bons administradores, tanto que o período da dinastia dos Flávios foi considerado um dos mais prósperos do império, o que diminuiu as tensões internas. No entanto, durante o reinado dessa dinastia, houve três grandes catástrofes na península Itálica. Duas delas aconteceram no ano de 79: um grande incêndio destruiu os edifícios de Roma e a erupção do vulcão Vesúvio destruiu as cidades de Pompeia e Herculano. Em 80, Roma foi assolada por uma peste. Em contrapartida, nesse ano foi inaugurado o coliseu mais grandioso anfiteatro da cidade: o Anfiteatro de Flávio.

III)           DINASTIA DOS ANTONINOS (96-192)
Nerva (96-98)
ü  Procurou agradar o Senado e a população romana.
ü  Eliminou algumas taxas e cuidou das finanças.

Trajano (98-117)
ü  Conseguiu dinheiro para a construção de grandes obras, como o Fórum de Trajano e a Coluna de Trajano.

Adriano (117-138)
ü  Manteve a paz interna.
ü  Reforçou as fronteiras.
ü  Construiu fortificações.
ü  Resolveu problemas regionais.
ü  Admirador da cultura de Aristóteles.
ü  Decidiu reconstruir a cidade sagrada dos judeus, Jerusalém, adotando o estilo grego. Esse "capricho" teria agravado a insatisfação dos judeus, que iniciaram uma violenta revolta contra Roma.
ü  Adriano chegou a ser chamado de "Nero bem-sucedido" pela megalomania de suas obras públicas - por onde passava, fazia grandes monumentos.

Antonino Pio (138-161)
ü  Protegeu os escravos.
ü  Deixou o império em ótima situação financeira.
ü  Seu reinado é considerado o apogeu do Império Romano.

Marco Aurélio (161-180)
ü  Deu à legislação romana um caráter mais humanitário.
ü  Seu reinado foi abalado por guerras, pela peste e pela perseguição aos cristãos.

Cômodo (180-192)
ü  Fez uma má administração, o que provocou alta nos preços.
ü  Tinha o hábito de lutar contra os gladiadores em apresentações no Coliseu. Ao contrário do que acontecia nos combates comuns, o imperador não corria grandes riscos: seus adversários sempre o deixavam vencer e depois tinham as vidas poupadas. Cômodo se achava um gladiador invencível.
ü  Acreditava ser o semideus Hércules e exigia que o adorassem como tal.

Os imperadores Antoninos não estavam ligados por laços de sangue, com exceção dos dois últimos. A sucessão se dava por meio de acordos entre o imperador em exercício e o que assumiria o governo em seguida. Esse período caracterizou-se pela construção de grandes obras públicas, pelo auxílio dos imperadores aos mais pobres, pelos conflitos com as regiões orientais (contra os partas, uma das etnias da região da Pérsia, e os dácios) e pela consolidação da administração imperial.

IV)          DINASTIA DOS SEVEROS (193-235)

Sétimo Severo (193-211)
ü  Organizou o conselho imperial
ü  Promoveu a restauração e a construção de diversos prédios públicos.

Caracala (212-217)
ü  Concedeu a cidadania romana a todos os habitantes do império, o que possibilitou a cobrança de tributo pago pelos cidadãos romanos.
ü  Em certa ocasião, quase esfaqueou o pai pelas costas, diante de todo o seu exército.
ü  Detestava a esposa, que condenou ao exílio e mais tarde mandou matar.
ü  Admirador fanático de Alexandre, o Grande, passou a se vestir e a se comportar como o "ídolo".

Heliogábalo (218-222)
ü  Aclamado imperador aos 14 anos.
ü  Tentou impor-se como uma divindade, mas soldados revoltosos assassinaram-no.

Alexandre Severo (222-235)
ü  Aumentou salários.
ü  Emprestou quantias aos interessados em comprar terras.
ü  Expulsou os persas da Mesopotâmia.
ü  Com um comportamento pra lá de excêntrico, castrou-se publicamente em nome de um culto religioso.
ü  O povo também acreditava que Heliogábalo era travesti, crença reforçada por seu costume de indicar para altos cargos rapazes que se destacavam só pela beleza.

Após o assassinato de Cômodo, iniciou-se a dinastia dos Severos. Nessa época, o trono permaneceu nas mãos dos soldados pretorianos, que indicavam o imperador. A dinastia dos Severos foi marcada pelo início da decadência do império. O Estado romano perdeu o controle da economia. No governo de Alexandre Severo (222-235), os germanos ameaçaram as fronteiras do Reno e do Danúbio. Para encerrar esse conflito, ele negociou com os inimigos um pagamento anual. No entanto, soldados descontentes com essa atitude assassinaram o imperador.

SÉCULO III: UM SÉCULO DE CRISES

Ø  Grandiosismo do Império:
·         Fim das guerras de expansão;
·         Diminuição gradativa do número de escravos;
·         Queda da produção;
·         Aumento dos preços;
·         Dificuldades de guardar as fronteiras

Ø  Guerras internas (contra os partas no Oriente e contra os germanos na Europa central).
·         Exércitos insuficientes – o exército romano era insuficiente para impedir o avanço desses povos.
·         Aumento dos tributos – houve a necessidade de financiar as despesas de guerra levou a um aumento dos tributos, sobretudo nas cidades das províncias.

Ø  Problemas socioeconômicos:
·         Revolta dos camponeses - O aumento dos impostos piorou a situação dos camponeses, que se rebelaram.
·         Êxodo urbano - Para escapar dos impostos, camponeses pobres e mesmo as elites começaram a deixar as cidades e a se fixar nos campos.
·         Concentração fundiária - A fixação de muitos moradores do império nos campos foi marcada pela concentração de terras nas mãos das elites, em prejuízo dos camponeses pobres.
·         Inflação - Como alternativa para conseguir mais dinheiro, os imperadores passaram a emitir mais moedas, o que gerou um processo inflacionário, com a consequente desvalorização da moeda.
·         Divisão social - O imperador Caracala concedeu cidadania romana a quase todos os homens livres do império. O aumento do número de cidadãos significou a divisão da sociedade em dois grandes grupos: os honestiores (“mais honestos” os homens mais ricos) e os humiliores (“mais humildes” os homens mais pobres).
·         Rebeliões - Em Roma, a falta de alimentos e os altos preços provocavam violentas rebeliões.
·         Invasão dos povos bárbaros - os povos bárbaros na visão dos romanos eram povos que não falavam o latim e viviam além das fronteiras do império.

A RURALIZAÇÃO DA EUROPA

Saída da população das cidades indo em direção do campo.

ü  A crise do comércio e da produção artesanal,
ü  Escassez de metais
ü  Incursões do povos bárbaros
ü  Empobrecimento dos centros urbanos.
ü  Fome, as epidemias e a insegurança se apoderaram do império.

As comunicações se interromperam e muitas cidades e vilas foram saqueadas e arruinadas.

Gradativamente as cidades se esvaziaram, o comércio diminuiu e o dinheiro praticamente desapareceu, enquanto no campo surgiram pequenas fortalezas, construídas para proteger uma população que se colocava sob a proteção dos ricos proprietários de terras.

O surgimento dos colonos

ü  O esvaziamento das cidades (ruralização).  
ü  A queda no número de escravos.

As pessoas que fugiam dos grandes centros buscavam refúgio no campo. Em troca de trabalho, terra e proteção esses colonos trabalhavam para os grandes senhores devendo entregar parte da produção. O colono cultivava uma parcela do lote do proprietário e entregava a ele, como pagamento pelo uso da terra, uma parte da colheita. Como os escravos rurais, os colonos não tinham chance de fazer fortuna. Eles podiam comprar bens, mas não tinham permissão para vendê-los, e o que compravam não lhes pertencia juridicamente, mas ao senhor. O novo sistema de trabalho, o colonato, espalhou-se rapidamente por todo o império.

A sociedade rural

A partir do século III, com a ruralização:
Ø  No topo da pirâmide social encontravam-se os senhores grandes proprietários de terra. Construíram castelos fortificados para proteger a si e aos camponeses sob seus cuidados. Esses grandes senhores rurais tinham grupos de homens armados a seu serviço e cobravam impostos em seus territórios.
Ø  Abaixo dos donos de terras estavam os camponeses empobrecidos, os colonos e alguns poucos escravos.

Os colonos transformaram-se em servos

No final do século IV, para aumentar a arrecadação, o governo imperial estabeleceu uma nova forma de cobrar impostos. Dessa forma, os colonos foram proibidos de abandonar as terras.

A obrigação do colono de permanecer na terra permitia ao governo prever o volume da produção agrícola e fixar os impostos.

O colono passou à condição de servo, ou seja, uma pessoa presa à terra, dependente do senhor e sujeita a uma série de obrigações.

A ruralização do império deu mais poder aos grandes proprietários de terra e transformou os colonos em servos.

NASCIMENTO DO CRISTIANISMO

Durante o governo de Tibério, no século I, uma nova religião nasceu na palestina, então província romana: o cristianismo. ela foi fundada pelos apóstolos de Jesus Cristo, que nasceu em nazaré, cidade da região da Judeia.

Como o judaísmo, o cristianismo prega a existência de um único deus e é uma religião preocupada com a ética e o fim dos tempos. Cristo defendia o amor ao próximo, a igualdade, o perdão e a caridade.

Para o cristianismo, jesus é o cristo (messias), filho de Deus.

Considerado um homem perigoso por profetizar um novo reino - o reino de Deus -, Jesus foi crucificado.

A nova religião ganhou adeptos entre os mais pobres e escravos.

A DIVISÃO DO IMPÉRIO ROMANO

A cada dia ficava mais difícil manter a unidade do império.

Diocleciano (284-305)
Ø  Com o objetivo de facilitar a administração e combater as invasões germânicas, dividiu o império em quatro regiões.
Ø  Realizou uma reforma política dividindo o poder imperial entre dois governantes chamados “Augustos” (um responsável pelo Ocidente e outro pelo Oriente), auxiliados por dois “Césares” - a tetrarquia. As reformas surtiram efeito, mas, com a abdicação de Diocleciano, a anarquia militar retornou ao império.

Constantino (306-337)
Ø  O cristianismo tornava-se uma religião muito popular entre membros das elites, soldados, escravos e população pobre em geral.
Ø  Édito de Milão (313) - concedeu liberdade de culto aos cristãos.
Ø  Lei do Colonato (332) - Para reorganizar a produção agrícola, que sofria de falta de mão-de-obra escrava Constantino decretou a Lei do Colonato.

Teodósio (379-395)
Ø  Em um último esforço para salvar o império e proteger melhor as fronteiras em 395 dividiu Roma em:
ü  Império Romano do Oriente - com capital em Bizâncio (atual Constantinopla).
ü  Império Romano do Ocidente - com capital em Ravena, mais tarde transferida para Milão.
Ø  Edito de Tessalônica (380) - Teodósio fez do cristianismo a religião oficial do império.

A queda do Império Romano do Ocidente
Em 476, Odoacro, líder dos hérulos, povo bárbaro, depuseram Rômulo Augústulo, o último imperador romano do Ocidente.

REFERÊNCIAS:

AZEVEDO, Gislane Campos; SERIACOPI, Reinaldo. Projeto Teláris: história 6° ano. São Paulo: Ática, 1º ed., 2012.

CAPELLARI, Marcos Alexandre; NOGUEIRA, Fausto Henrique Gomes. História: ser protagonista - Volume único. Ensino Médio. 1ª Ed. São Paulo: SM. 2010.

COTRIM, Gilberto. História Global – Brasil e Geral. Volume Único. Ensino Médio. 8ª Ed. São Paulo: Saraiva 2005.

MOZER, Sônia & TELLES, Vera. Descobrindo a História. São Paulo: Ed. Ática, 2002.
PILETTI, Nelson & PILETTI, Claudico. História & Vida Integrada. São Paulo: Ed. Ática, 2002.

Projeto Araribá: História – 6° ano. /Obra coletiva/ São Paulo: Editora Moderna, 2010. Editora Responsável: Maria Raquel Apolinário Melani.

Uno: Sistema de Ensino – História – 6° ano. São Paulo: Grupo Santillana, 2011. Editor Responsável: Angélica Pizzutto Pozzani.


VICENTINO, Cláudio. Viver a História: Ensino Fundamental. São Paulo: Ed. Scipione, 2002.

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