sábado, 26 de setembro de 2015

ASTECAS

Prof. Douglas Barraqui

a)    LOCALIZAÇÃO:
ü  Atual México.
Em meados do século XIV, os astecas fixaram-se em uma área próxima ao lago Texcoco, região do atual México, onde fundaram a cidade de Tenochtitlán.
Mapa do território do Império Asteca em sua extensão máxima

ü  Tenochtitlán era a capital do reino asteca, talvez tenha sido a maior do mundo no século XVI, sobre a cidade o conquistador Cortés realtou:
 “Esta grande cidade de Tenochtitlán está fundada em uma lagoa salgada. Ela tem quatro entradas, todas de calçada e feitas à mão. As ruas estão metade na água e metade na terra pela qual os índios andam em canoas. Tem esta cidade muitas praças onde há um continuo mercado, de negócios, compra e venda, onde cotidianamente existem cerca de sessenta mil pessoas e onde há todos os gêneros de mercadorias”.

Bernal Dias deixou seu testemunho:
“(...) por uma parte havia grandes cidades em terra firme e na lagoa muitas outras vilas e víamos tudo cheio de canoas e na calçada havia muitas pontes, de trecho a trecho, e adiante estava a grande cidade do México”.

Representação de Tenochtitlán, capital e maior cidade do império
(atual Cidade do México)


b)   ASPECTOS ECONÔMICOS:
Agricultura:
ü  A agricultura era a base da economia asteca.
ü  Cultivavam-se milho, feijão, pimenta, abóbora, cacau, algodão, tabaco, frutas e verduras.
ü  Técnicas agrícolas: chiampas (ilhas de cultivo), onde plantavam e colhiam milho, pimenta, tomate, cacau entre outro produtos.

Representação de como seriam as Chiampas


Comércio:
ü  Semente de cacau era usada como moeda. (Em mercados astecas , um pequeno coelho valia 30 grãos e um ovo de peru custava 3 grãos. Um homem também poderia vender a própria filha como escrava sexual ou para um futuro sacrifício religioso, geralmente, por cerca de 500 a 700 grãos de cacau.).

c)    ASPECTOS POLÍTICOS:
ü  Monarquia absoluta teocrática – imperador era considerado um deus.
A guerra:
Por meio de guerras com povos vizinhos, os astecas ampliaram seu território, transformando-o em um vasto império que chegou a reunir cerca de 11 milhões de pessoas.

A guerra, para os astecas, também tinha motivação religiosa. Eles acreditavam ser o povo escolhido pelo deus Sol (Huitzilopochtli), destinado a dominar outras populações. Segundo a tradição, os guerreiros que morressem lutando atingiriam o paraíso.

d)   ASPECTOS SOCIAIS:
ü  Hierarquizada e rigorosamente dividida.

Imperador
No topo das camadas sociais estava o imperador (tlatoani):
·         Considerado semidivino,
·         Era responsável pela condução do Estado (em época de escassez, fornecia alimentos armazenados para a população).
·         Durante o governo do imperador Montezuma II (início do século XVI), o império asteca chegou a ser formado por aproximadamente 500 cidades, que pagavam altos impostos para o imperador.

Nobres
Os nobres situavam-se abaixo do imperador:
·         Exerciam funções administrativas, religiosas e militares.

Sacerdotes
Alguns nobres se tornavam sacerdotes:
·         Exerciam a função de cultuar e interpretar os deuses e as vontades divinas.
·         Formavam um poderoso grupo social, encarregado de orientar a educação dos nobres, fazer previsões e dirigir as cerimônias rituais.

Artesãos e comerciantes;
·         Os artesãos trabalhavam nas residências, nos templos ou nas oficinas instaladas nos palácios do imperador e dos altos funcionários.

Agricultores e soldados (maioria da população).

Escravos - prisioneiros de guerra.

e)    ASPECTOS CULTURAIS:
Religião
ü  O povo asteca era politeísta,
ü  Principais divindades:
·         Quetzalcoatl (serpente emplumada) - deus do vento, da escrita, do calendário e das artes (era a divindade mais venerad);
·         Tlaloc - deus da chuva e do trovão;
·         Xipe Totec - deus dos ourives.
·         Huitzilopochtli - deus sol.

Sacrifícios:
ü  Nas pirâmides eram realizados cultos religiosos e sacrifícios humanos que, segundo a crença asteca, renovavam a aliança entre seres humanos e deuses (acreditavam que se o sangue humano não fosse oferecido ao Sol, a "engrenagem" do mundo deixaria de funcionar). Geralmente, as vítimas oferecidas em sacrifício eram prisioneiros de guerra ou escravos.
ü  Os sacrifícios eram dedicados a:
·         Huitzilopochtli ou Tezcatlipoca: o sacrificado era colocado em uma pedra por quatro sacerdotes, e um quinto sacerdote extraía, com uma faca, o coração do guerreiro vivo para alimentar seu deus.
·         Tlaloc: anualmente eram sacrificadas crianças no cume da montanha. Acreditava-se que quanto mais as crianças chorassem, mais chuva o deus proveria.
·         Na celebração de Huey Tozoztl, o próprio imperador se declarou Mt. Tlaloc e se auto-sacrificou, ordenando que chovesse.
·         Muitas histórias afirmam que em 1487 os astecas sacrificaram 8,4 mil pessoas em um ritual. Em 30 anos de pesquisa no Templo Maior, o maior local sagrado asteca, só foram encontrados os restos de 127 mulheres, homens decapitados e esqueletos de crianças.
 
Sacrifício humano representado no Códice Magliabechiano
Artesanato:
ü  Os astecas desenvolveram um refinado artesanato em cerâmica, pedra e metais, materiais com os quais confeccionavam vasos e utensílios domésticos de temática religiosa. Os artesãos trabalhavam nas residências, nos templos ou nas oficinas instaladas nos palácios do imperador e dos altos funcionários.
ü  As mulheres teciam e bordavam. Os astecas produziam ainda mosaicos de plumas muito apreciados. As joias eram feitas de ouro, prata e pedras semipreciosas. A pintura foi muito usada nos códices, com temas figurativos ou geométricos.

Escrita:
ü  Os astecas não tinham um alfabeto. Escreviam por figuras (pictografias). Algumas eram figuras simples de objetos, como uma árvore ou uma faca, outras representavam ideias. A guerra, por exemplo, era mostrada pela figura de um escudo e uma porta.

Tlachtli: esporte ou ritual de sangue?
ü  O tlachtli era um jogo de bola bastante popular entre os astecas que lembra tanto o futebol como o basquete. As duas equipes adversárias se enfrentavam em um campo em forma de "T" maiúsculo. A bola, de borracha é bastante pesada, só podia ser tocada e lançada com os joelhos ou os quadris. Os jogadores esforçavam-se para fazê-las passar entre dois anéis de pedra fixados nas muralhas laterais, mais ou menos como nas cestas de basquete.

Calendário Asteca:
ü  O Calendário Asteca, também conhecido como Pedra do Sol, é o calendário utilizado pelos astecas. Era baseado no ano solar, assim possuindo 365 dias. O calendário asteca possui semelhanças com o calendário maia.
Reconstituição do calendário asteca com suas possíveis cores originais

Origem da civilização asteca
Os astecas também podem ser chamados de mexicas (daí México).

Século XIII - Migraram para o vale do México (ou Anahuác) e assentaram-se, inicialmente, na maior ilha do lago de Texcoco, seguindo instruções de seus deuses para se fixarem onde vissem uma águia pousada em um cacto, devorando uma cobra.
 
Brasão de armas mexicano mostrando o sinal para a fundação da capital asteca.
Século XV - Formaram uma aliança com duas outras cidades – Texcoco e Tlacopán – contra Atzcapotzalco, derrotaram-no e continuaram a conquistar outras cidades do vale, quando controlavam todo o centro do México como um Império ou Confederação Asteca, cuja base econômico-política era o modo de produção tributário.

Século XVI – Os domínios astecas se estendiam de costa a costa, tendo ao norte os desertos e ao sul o território maia.

Decadência da civilização asteca
O governante asteca Moctezuma II considerou o conquistador espanhol a personificação do deus Quetzalcóatl. Ele recebeu Cortés amigavelmente, mas posteriormente o tlatoani foi tomado como refém. Em 1520 houve uma revolta asteca e Moctezuma II foi assassinado. Seu sucessor, Cuauhtémoc (filho do irmão de Montezuma), o último governante asteca, resistiu aos invasores, mas em 1521 Cortés sitiou Tenochtitlán e subjugou o império. Muitos povos não-astecas, submetidos à Confederação, se uniram aos conquistadores contra os astecas.
A cidade de Tenochtitlán (capital asteca), fundada no ano de 1325, com o domínio espanhol, em seu lugar, foi erguida a Cidade do México.

REFERÊNCIAS:

AZEVEDO, Gislane Campos; SERIACOPI, Reinaldo. Projeto Teláris: história 7° ano. São Paulo: Ática, 1º ed., 2012.

CAPELLARI, Marcos Alexandre; NOGUEIRA, Fausto Henrique Gomes. História: ser protagonista - Volume único. Ensino Médio. 1ª Ed. São Paulo: SM. 2010.

COTRIM, Gilberto. História Global – Brasil e Geral. Volume Único. Ensino Médio. 8ª Ed. São Paulo: Saraiva 2005.

MOZER, Sônia & TELLES, Vera. Descobrindo a História. São Paulo: Ed. Ática, 2002.

PILETTI, Nelson & PILETTI, Claudico. História & Vida Integrada. São Paulo: Ed. Ática, 2002.

Projeto Araribá: História – 7° ano. /Obra coletiva/ São Paulo: Editora Moderna, 2010. Editora Responsável: Maria Raquel Apolinário Melani.

SOUSTELLE, Jacques. A civilização Asteca. Rio de Janeiro, Zahar Editor, 1987.

SOUSTELLE, Jacques. Os astecas na véspera da conquista espanhola. São Paulo, Companhia das letras,1990.

Uno: Sistema de Ensino – História – 7° ano. São Paulo: Grupo Santillana, 2011. Editor Responsável: Angélica Pizzutto Pozzani.


VICENTINO, Cláudio. Viver a História: Ensino Fundamental. São Paulo: Ed. Scipione, 2002.

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