sábado, 22 de abril de 2017

JULGAMENTO E MORTE DE SÓCRATES

Prof. Douglas Barraqui
La Mort de Socrate -  1787 - Jacques-Louis David

Acusado de corromper a juventude, filhos da aristocracia, com novas crenças e de induzi-los a duvidar dos valores tradicionais e religiosos de Atenas. Sócrates foi levado ao banco de réus.

Sócrates dizia escutar uma voz interna que ele chamava de “daimon”. Acreditava que era como um deus que lhe dizia o que podia ou não fazer.

Sócrates não se defendeu, aceitou sua condenação. Teve a oportunidade de fugir, mas não aceitou em fidelidade as leis da pólis. Teve a opção de ir para o exílio e abandonar suas crenças, mas, desistiu por sua vocação filosófica. Sócrates escolheu a morte por alto envenenamento por cicuta.

Na pintura, Platão aparece sentado melancolicamente na beira da cama e Críton segurando o joelho de Sócrates.

A pintura “A morte de Sócrates” de Jacques-Louis David (1787) é considerada uma das mais importantes obras primas que retrata a Antiguidade Clássica e está exposta em Nova Iorque no Metropolitan Museum of Art.

sexta-feira, 14 de abril de 2017

LEVIATÃ DE THOMAS HOBBES

Prof. Douglas Barraqui
Thomas Hobbes (1588-1679)

O inglês Thomas Hobbes foi um matemático, teórico político e filósofo inglês, e autor de uma das mais importantes obras da teoria absolutista e do contratualismo,  Leviatã (1651). Leviatã é uma figura da mitologia fenícia, citado na bíblia no livro de Jó (cap. 40 e 41), retratado como um  grande crocodilo que protege os peixes menores do ataque dos maiores.

Hobbes tinha 61 anos quando começou a produzir e a escrever Leviatã e a obra é fruto de um contexto histórico específico, a Guerra Civil inglesa de 1641 a 1648. Guerra civil esta que colocou frente a frente a nobreza, representada pelo rei Carlos I (cavaleiros), e a burguesia, liderada por Oliver Cromwell (cabeças redondas). A guerra, como não seria diferente, terminou com uma verdadeira matança entre os dois lados, o caos e a desordem se instalaram. Carlos I acabou sendo decapitado em 1649.

Na obra “Leviatã” Thomas Hobbes busca uma justificativa racional para o poder real. Segundo Hobbes o homem passa por dois estágios: pré-civil (Estado de Natureza) e Estado de Civilização. No estado de Natureza não há leis para diferenciar o certo do errado. O homem é verdadeiramente livre, porém, ao mesmo tempo vive uma guerra de todos contra todos, justificando sua frase “homo homini lupus” (o homem é o lobo do próprio homem). Em Estado de Natureza o homem vive em uma guerra constante, pois não há leis. Imperando o medo da morte brutal e violenta.

Para Hobbes, guiados pela razão, os homens deveria firmar um “contrato”, o que coloca Thomas Hobbes no campo dos pensadores contratualistas: As pessoas abririam mão de sua liberdade; Criariam um contrato entre si (criando leis); e entregando o poder ao Estado que, usando as leis, controlaria a guerra de todos contra todos.
Frontispício da edição original do Leviatã (1651)


Assim o Estado Absoluto estava acima dos cidadãos, não devendo obediência a ninguém com exceção a Deus. Da mesma forma que o mostro mitológico, o grande crocodilo, Leviatã que protege os peixes menores do ataque dos maiores, é dever do soberano defender o povo dos opressores.