quarta-feira, 28 de setembro de 2016

IDIOTA POLÍTICO ou POLÍTICO IDIOTA?

Prof. Douglas Barraqui

Eu sou um aficionado pela origem etimológica das palavras. Na Grécia antiga, por exemplo, aquela pessoa que não participava da vida política, pensava unicamente em si mesmo e olhava apenas para os próprios interesses era um "idiótes".

Também, na Grécia aquele que participava da vida política; atuante nas tomadas de decisão da pólis (Cidade-Estado). Aquele que se ocupava com o bem de todos, o bem comum, era um “politikós”.

Portanto, aquele que olha para o próprio umbigo é um idiota e aquele que pensa no bem comum é um político. No Brasil, de uma maneira dramática e grotesca, conseguimos inverter isso.


Em tempos apavorantes em que nossos “politikós” ignoram a importância da filosofia na formação humana recomendo a leitura do livro “POLÍTICA: PARA NÃO SER IDIOTA” do filósofo Mario Sergio Cortella e Renato Janine Ribeiro. 

terça-feira, 20 de setembro de 2016

O GOVERNO JOÃO GOULART (1961-1964)

Prof. Douglas Barraqui

João Belchior Marques Goulart
  Ø  Entrou para a política em 1945, a convite do presidente Getúlio Vargas, e integrou o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro).
  Ø  Em 1947 foi eleito deputado estadual para a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.
   Ø  Em 1950, Jango foi eleito deputado federal com cerca de 40 mil votos.
   Ø  Em 1953, foi nomeado, por Getúlio Vargas, para ser o Ministro de Trabalho.
   Ø  Em 1955, foi eleito vice-presidente de JK.
  Ø  Em 1960 foi eleito novamente vice-presidente, agora de Jânio Quadros.
   Ø  Em 1961, após a renúncia de Jânio Quadros, foi empossado presidente da República. Governou até 31 de março de 1964, quando foi deposto pelo Golpe Militar.

ASPECTOS GERAIS
Ø  Quando Janio Quadros renunciou João Goulart estava em missão diplomática na China comunista de Mao Tsé-Tung.
Ø  Forças armadas e ala conservadora capitalista se assustaram com a possibilidade de ele ocupar a Presidência da República, pois o associavam ao comunismo.
Ø  Goulart retardou a volta ao Brasil, passando primeiramente pelos Estados Unidos, numa tentativa de deixar claro que não pretendia implantar o socialismo em nosso país.
Ø  Partidos da oposição, como a UDN (União Democrática Nacional) e os militares tentaram impedir a posse de João Goulat.

ASPECTOS POLÍTICOS
Parlamentarismo
Ø  Congresso Nacional instituiu, sem a aprovação de Goulart, o regime parlamentarista no país.
Ø  Objetivo era amenizar a crise política. Jango assumiu a Presidência em 1º- de setembro de 1961, com seus poderes já limitados pelo parlamentarismo.

Parlamentarismo: Sistema de governo no qual o Poder Executivo depende, para governar, de representantes do Poder Legislativo – no caso do Brasil, o Senado e a Câmara dos Deputados. Pressupõe quase sempre a atuação de um primeiro-ministro e de seu gabinete.

Campanha legalista
Ø  No Rio Grande do Sul, o governador Leonel Brizola, cunhado de Jango, iniciou uma campanha legalista.
Objetivo:
·         Garantir o direito previsto na Constituição de 1946 de que na falta do Presidente, assume o candidato eleito a vice.
·         Garantir a posse de João Goulart como presidente.
Ø  Brizola foi às rádios conclamando a população para que se manifestasse a favor de Jango. Ele conseguiu o apoio do Comando Militar do Rio Grande do Sul e também de líderes sindicais, de movimentos estudantis e de intelectuais.
Ø  Ficou prevista a realização de um plebiscito (consulta popular) para decidir o futuro do novo regime no prazo de um ano.
Ø  6 de janeiro de 1963 – plebiscito decidiu pela volta ao sistema presidencialista.

ASPECTOS ECONÔMICOS
Plano Trienal
Ø  Objetivo:
ü  Combater a inflação.
ü  Reduzir o déficit público.
ü  Fazer reforma agrária.
ü  Promover o crescimento econômico.
Ø  Medidas:
ü  Desvalorização da moeda.
ü  Redução das importações.

As reformas de base
Apoiado pela esquerda e pelos grupos nacionalistas, Jango lançou as reformas de base, que abrangiam educação, política agrária, tributação, habitação e sistema bancário.

As propostas de reforma agrária apresentadas pelos setores de esquerda assustaram os grandes proprietários de terra. Outros projetos acentuaram a desconfiança das elites empresariais, burocráticas e militares, que passaram a tramar um golpe contra o presidente.

ASPECTOS SOCIAIS
Ø  Reação as Reformas de Base contra o “perigo vermelho”:
Ala conservadora capitalista nacional justificava que as reformas de base, que, se efetivadas, simbolizariam a ideologia socialista:
ü  As forças reacionárias (civis e militares) organizaram-se em torno:
·         Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (Ipes), criado em 1961;
·         Instituto Brasileiro de Ação Democrática (Ibad), surgido no final dos anos 1950;
·         Escola Superior de Guerra (ESG), fundada em 1949 por ex-integrantes da Força Expedicionária Brasileira (FEB).

Do lado de Jango colocaram-se o PTB, setores nacionalistas, líderes sindicais urbanos e os partidos de esquerda. Com o apoio desses grupos, Jango procurou fortalecer seu governo, realizando uma série de comícios pela aprovação das reformas

Movimentos sociais no campo: Ligas Camponesas
Problemas no campo:
Ø  Concentração fundiária.
Ø  Pequenos proprietários de terras, posseiros e meeiros também encontravam grandes dificuldades para sobreviver. Em 1955, no interior de Pernambuco, surgiu o movimento que ficou conhecido como Ligas Camponesas
Ø  Lutavam por:
ü  Melhora das condições de vida no campo
ü  Redistribuição das terras.
Ø  As vitórias obtidas na Justiça pelo advogado Francisco Julião, favoráveis aos camponeses, tiveram o efeito de incentivar a criação de organizações semelhantes em todo o Brasil, que chegaram a contar com milhares de filiados em dez estados do país.
Ø  Em 1962, o presidente João Goulart passou a incentivar a sindicalização dos trabalhadores rurais.

Comício Central do Brasil

Ø  Em meio ao clima de instabilidade e de tensão, Jango decidiu aproximar-se dos movimentos sociais, não por possuir raízes populares ou por ser adepto de ideais socialistas, mas sim porque não possuía o apoio do parlamento.
Ø  Em 13 de março de 1964, liderou um comício pelas reformas de base em frente à estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro. Diante de uma imensa multidão (250 mil pessoas), o presidente comunicou a assinatura de dois decretos: um que:
1)    Nacionalizava as refinarias de petróleo particulares
2)    desapropriava (para fins de reforma agrária) as terras com mais de cem hectares situadas numa faixa de dez quilômetros às margens das rodovias e ferrovias federais.
A queda de João Goulart precipitou-se com o comício da Central do Brasil no Rio, em 13 de março de 1964.

Marcha da Família com Deus pela Liberdade
Ø  Organizada por autoridades civis e religiosas
Ø  Na tarde de 19 de março de 1964, cerca de 500 mil pessoas saíram às ruas em São Paulo, na Marcha da Família com Deus pela Liberdade.

No dia 30, Goulart compareceu a uma manifestação de sargentos das três Armas no Automóvel Clube do Rio, numa festa organizada pela Associação dos Marinheiros (...). Considerada quebra da hierarquia militar, a manifestação foi o estopim para o desencadeamento do golpe que derrubou o presidente.


GOLPE
Ø  Março de 1964, um grupo de fuzileiros navais enviados para prender um grupo de marinheiros que participavam de uma manifestação no Sindicato dos Metalúrgicos, na Guanabara, solidarizou-se com os manifestantes.
Ø  Goulart colocou fim à rebelião, mas anistiou os rebeldes.
Ø  Foi a gota d’água. Oficiais das forças armadas consideraram a atitude um incentivo à quebra da disciplina e da hierarquia e, reunidos com representantes da sociedade civil, organizaram o golpe.
Ø  No dia 31 de março de 1964, as tropas do general Olímpio Mourão Filho marcharam de Minas Gerais em direção ao Rio de Janeiro, dando início à ação militar contra o governo Jango.
Ø  Ao assumir o poder, os militares afirmaram que estavam salvando o país da anarquia e do comunismo, em nome da segurança nacional. Era o fim da república populista e o início do regime militar.

REFERÊNCIAS:

AZEVEDO, Gislane Campos; SERIACOPI, Reinaldo. Projeto Teláris: história 9° ano. São Paulo: Ática, 1º ed., 2012.

CAPELLARI, Marcos Alexandre; NOGUEIRA, Fausto Henrique Gomes. História: ser protagonista - Volume único. Ensino Médio. 1ª Ed. São Paulo: SM. 2010.

COTRIM, Gilberto. História Global – Brasil e Geral. Volume Único. Ensino Médio. 8ª Ed. São Paulo: Saraiva 2005.

MOZER, Sônia & TELLES, Vera. Descobrindo a História. São Paulo: Ed. Ática, 2002.

PILETTI, Nelson & PILETTI, Claudico. História & Vida Integrada. São Paulo: Ed. Ática, 2002.

Projeto Araribá: História – 9° ano. /Obra coletiva/ São Paulo: Editora Moderna, 2010. Editora Responsável: Maria Raquel Apolinário Melani.

Uno: Sistema de Ensino – História – 9° ano. São Paulo: Grupo Santillana, 2011. Editor Responsável: Angélica Pizzutto Pozzani.

VICENTINO, Cláudio. Viver a História: Ensino Fundamental. São Paulo: Ed. Scipione, 2002.


VICENTINO, Cláudio e DORIGO, Gianpaolo. História Geral e do Brasil. Vol. Único. 1 Ed. São Paulo, Ed. Scipione, 2010.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

DIA DE AÇÃO DE GRAÇAS


Em 6 de setembro de 1620, a embarcação Mayflower deixou a Inglaterra em direção ao Novo Mundo, mais precisamente ao que hoje é o território dos Estados Unidos da América. Muitos dos passageiros do Mayflower eram puritanos que, por questões envolvendo perseguição religiosas, abandonaram sua pátria, a Inglaterra, em busca de outro lugar para viver.

Para os peregrinos, essa nova terra desconhecida parecia assustadora. Um dos líderes do grupo expressou o medo de todos: “O que podiam perceber senão uma região selvagem, nefanda e desolada?”.

Mas o horror foi maior do que todos poderiam imaginar. Com os mantimentos praticamente esgotados, no decorrer daquele inverno quase metade dos peregrinos morreu de doenças, de fome ou de frio. A tragédia só não foi total porque os peregrinos receberam ajuda dos indígenas da tribo Wampanoag.

Os Wampanoag ensinaram os peregrinos a pescar, a caçar e a cultivar o milho. No outono de 1621, os peregrinos decidiram agradecer a boa colheita que tiveram. Então, realizaram um banquete e convidaram o chefe da tribo que os ajudara e 90 guerreiros.


A festa, que durou três dias, passou a ser comemorada anualmente e recebeu o nome de Dia de Ação de Graças (em inglês, Thanksgiving Day ). Os pratos servidos são peru, vegetais da época de outono e torta de abóbora.

Fonte: Uno: Sistema de Ensino – História – 8° ano. São Paulo: Grupo Santillana, 2011. Editor Responsável: Angélica Pizzutto Pozzani.

REBELIÕES REGENCIAIS

Prof. Douglas Barraqui


REVOLTA DOS MALÊS (1835)

SABINADA
(1837)

BALAIADA
(1838-1841)
A)   Local:
Ø  Salvador (Bahia) 25 e 27 de janeiro 1835.

A)   Local:
Ø  Província da Bahia.
A)   Local:
Ø  Província do Maranhão.
B)   CAUSAS:
Ø  Condição de escravidão;
Ø  Imposição do catolicismo;
Ø  Falta de liberdade religiosa;
B)   Causas:
Ø  Condição de miséria e abandono;
Ø  Imposição política dos regentes (alistamento obrigatório).
B) Causas:
Ø  Crise socioeconômica do nordeste (concorrência com a produção algodoeira dos EUA);
Ø  Quem mais sofria as consequências dos problemas econômicos do Maranhão era a população pobre.
C)   Grupos sociais:
Ø  Malês (islâmico) escravos muçulmanos do norte da áfrica (cerca de 1500 escravos).

C) Grupos sociais:
Ø  Comerciantes, profissionais liberais, intelectuais, oficiais e pequenos proprietários.
C) Grupos Sociais:
Ø  Vaqueiros, sertanejos e escravos.
D)   Objetivos:
Ø  Fim da escravidão;
Ø  Morte aos brancos e mulatos;
Ø  Fim do catolicismo;

D) Objetivos:
Ø  Proclamar a República
D) Objetivos:
Ø  Emancipação política.
E)   Conflito:
Ø  Escrava Guilhermina delatou o movimento;
Ø  Os malês não conseguiram apoio dos cativos que eram islamizados;
Ø  Os revoltosos foram cercado e derrotados na região de Água dos Meninos.
Ø  Cerca de 200 malês foram capturados.

E) Conflito:
Ø  Liderados por Francisco Sabino da Rocha Vieira os revoltosos tomaram salvador e proclamaram a República Baiense.
Ø  Regente Diogo Antônio Feijó enviou tropas que cercaram Salvador e colocaram fim na Revolta.
E) Conflito:
Ø  Liderados por Manuel Francisco dos Anjos Ferreira (fazedor de balaios, donde surgiu o nome balaiada) os revoltosos tomaram a cidade de Caxias.
F)    Fim do Conflito:
Ø  Lideres foram condenados a morte;
Ø  Outros açoitados em praça pública;
Ø  Maior parte deportada para África;
Ø  Proibição da vinda de escravos islâmicos para o Brasil.
F) Fim do Conflito:
Ø  Três líderes foram condenados a morte (posteriormente as penas foram abrandadas para degredo em território nacional).
F) Fim do Conflito:
Ø  Luís Alves de Lima e Silva, que venceu os revoltosos na Vila de Caxias. Por isso foi promovido a General e recebeu o seu primeiro título de nobreza, Barão de Caxias, e inicia aí a sua fase de “O Pacificador”
Ø  Conflitos foram intensos (Caxias prometeu anistia para os rebelados que mudassem de lado e passassem a combater os balaios).
Ø  Barão de Caxias conseguiu pacificar a província em 1841.

REFERÊNCIAS:

CAPELLARI, Marcos Alexandre; NOGUEIRA, Fausto Henrique Gomes. História: ser protagonista - Volume único. Ensino Médio. 1ª Ed. São Paulo: SM. 2010.

COTRIM, Gilberto. História Global – Brasil e Geral. Volume Único. Ensino Médio. 8ª Ed. São Paulo: Saraiva 2005.

MOZER, Sônia & TELLES, Vera. Descobrindo a História. São Paulo: Ed. Ática, 2002.

PILETTI, Nelson & PILETTI, Claudico. História & Vida Integrada. São Paulo: Ed. Ática, 2002.

VICENTINO, Cláudio e DORIGO, Gianpaolo. História Geral e do Brasil: ATLAS. Vol. Único. 1 Ed. São Paulo, Ed. Scipione, 2010.