terça-feira, 13 de outubro de 2015

ESCRAVIDÃO E RESISTÊNCIA NA COLÔNIA


Prof. Douglas Barraqui

Origem da escravidão na África

Século XV – África - era habitada por povos com organizações sociais diferentes entre si e divididos em reinos e Estados.

Quando os europeus chegaram à África, ocorriam guerras em algumas partes do continente. Essas guerras, de motivação étnica e religiosa, tinham como resultado a escravização dos vencidos

A escravidão já era conhecida:
ü  Cativos eram prisioneiros de guerra
ü  Pessoas que não conseguiam pagar suas dívidas.

Século XV – Chegada dos portugueses:
ü  Construíram feitorias ao longo do litoral
ü  Procuraram monopolizar o comércio de artigos africanos, como ouro, marfim e escravos. Em troca, ofereciam tecidos, metais, ferramentas, aguardente, cavalos e armas.

Comércio de escravos:
ü  Prisioneiros de conflitos inter-tribais eram trocados por fumo, cachaça, armas e pólvora;
ü  Expedições de captura foram feitas em direção do interior;
ü  Comerciantes europeus alteraram o sentido da escravidão africana, dando-lhe um caráter essencialmente econômico.

Calcula-se que cerca de 10 milhões de africanos foram capturados e trazidos para a América.
Principais rotas dos escravos da África para o Brasil

Origem dos escravos:
Os negros que chegaram à América portuguesa pertenciam a diversas etnias. Quatro delas eram predominantes:
ü  Sudaneses, representados pelos iorubás;
ü  Povos islamizados, representados pelos mandingas hauçás ou haussás;
ü  Bantos do grupo angola-congolês, do qual faziam parte os caçanjes e benguelas;
ü  Bantos, representados pelos moçambiques

O tráfico de escravos:

Portos de trato – Espécie de fortaleza no litoral, local onde os negros capturados aguardavam para ser negociados

Batismo coletivo – Antes de embarcar nos navios negreiros, os africanos passavam por uma cerimônia de batismo coletivo e recebiam da Igreja católica um nome cristão. (A troca de nomes representava a tentativa de anulação da identidade cultural, o que era ainda mais confuso para aqueles cujo nome tinha originalmente um significado especial).

Navios negreiros ou Tumbeiros – A travessia do oceano Atlântico era feita a bordo dos chamados navios negreiros ou tumbeiros, que variava de acordo com o porto de chegada: em torno de 35 dias para o Recife e de 60 para o Rio de Janeiro. As condições da viagem eram péssimas e causavam um alto índice de mortalidade. Por isso, os navios negreiros foram chamados tumbeiros, uma alusão às tumbas, sepulturas.

Preço – Exposta e comercializada, os preços variavam de acordo com o sexo, a idade e as condições físicas. Dos mercados, os africanos eram levados para o trabalho escravo em engenhos, minas ou vilas.

Tipos de escravos:

Escravos Boçais – Recém-chegados ou com dificuldade de integração à cultura europeia, eram destinados às tarefas mais pesadas e repetitivas, tanto no eito quanto na moenda.

Escravos Ladinos – Escravos que dominavam a língua do colonizador e eram considerados capazes de aprender novas atividades, como manusear equipamentos com destreza e assimilar novas técnicas, “domesticados”. Esses cativos estavam presentes nas moendas, nas caldeiras, na casa de purgar, na casa-grande e nas oficinas (olarias, carpintarias, ferrarias).

A resistência africana à escravidão

Os africanos não aceitavam passivamente a escravidão e desenvolveram diferentes estratégias de resistência ao domínio dos senhores:
ü  Sabotavam a produção ou destruindo as safras.
ü  Envenenando senhores de engenho e seus familiares,
ü  Promoviam fugas individuais ou coletivas.
ü  Organizando rebeliões que atingiram várias fazendas e até mesmo cidades.
ü  Criaram a capoeira (misto de arte marcial com dança).
ü  Formavam quilombos.

A formação dos quilombos
Quilombos eram as comunidades fortificadas localizadas em locais ermos e de difícil acesso que reuniam os escravos fugidos das fazendas.
Viviam também índios, escravos alforriados e brancos pobres.

Quilombo dos Palmares

ü  Localização: Serra da Barriga, atual estado de Alagoas, antiga capitania de Pernambuco.
ü  Chegaram a se reunir mais de 20 mil pessoas, espalhadas por várias aldeias denominadas mocambos.
ü  Moradores praticavam a caça e a pesca, cultivavam o próprio alimento e criavam porcos e galinhas. Com o tempo, passaram a comercializar seus produtos com os povoados vizinhos em troca de armas, pólvora e ferramentas de trabalho.

Declínio de Palmares:
Em decorrência do crescimento de Palmares, os fazendeiros e as autoridades viam o quilombo como uma grande ameaça e não mediram esforços para destruí-lo.
A operação montada pelo bandeirante conseguiu aniquilar completamente o quilombo em 1694.

Zumbi, o mais famoso chefe de Palmares, e alguns quilombolas, como eram conhecidos os moradores dos quilombos, conseguiram fugir e continuaram atacando vilas e incentivando a fuga dos escravos.

Em 20 de novembro de 1695, a luta de Zumbi chegou ao fim. Nesse dia, ele foi morto e sua cabeça enviada ao Recife e exposta em praça pública para servir de exemplo a todos os escravos. Zumbi tornou-se o símbolo da resistência dos negros contra a escravidão e o preconceito racial. Por esse motivo, o dia 20 de novembro, no Brasil, passou a ser conhecido como o Dia da Consciência Negra.

REFERÊNCIAS:

AZEVEDO, Gislane Campos; SERIACOPI, Reinaldo. Projeto Teláris: história 7° ano. São Paulo: Ática, 1º ed., 2012.

CAPELLARI, Marcos Alexandre; NOGUEIRA, Fausto Henrique Gomes. História: ser protagonista - Volume único. Ensino Médio. 1ª Ed. São Paulo: SM. 2010.

COTRIM, Gilberto. História Global – Brasil e Geral. Volume Único. Ensino Médio. 8ª Ed. São Paulo: Saraiva 2005.

MOZER, Sônia & TELLES, Vera. Descobrindo a História. São Paulo: Ed. Ática, 2002.

PILETTI, Nelson & PILETTI, Claudico. História & Vida Integrada. São Paulo: Ed. Ática, 2002.

Projeto Araribá: História – 7° ano. /Obra coletiva/ São Paulo: Editora Moderna, 2010. Editora Responsável: Maria Raquel Apolinário Melani.

Uno: Sistema de Ensino – História – 7° ano. São Paulo: Grupo Santillana, 2011. Editor Responsável: Angélica Pizzutto Pozzani.

VICENTINO, Cláudio. Viver a História: Ensino Fundamental. São Paulo: Ed. Scipione, 2002.


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