domingo, 3 de agosto de 2014

GUERRAS MÉDICAS

Por Douglas Barraqui

Uma das mais conhecidas da antiguidade, as guerras médicas, travadas entre gregos e persas, ficou assim conhecida, pois os persas também eram chamados de medos. Basicamente a guerra tem sua origem no conflito de interesses imperialistas entre gregos e persas.

Os persas eram os senhores do Mar Egeu. Dominavam a comunicação e o comércio; também dominavam várias cidades gregas na Ásia Menor. A Grécia tinha grande interesse em aumentar a sua influência na região e assim ameaçavam a hegemonia persa.

Por volta de 498 a. C. várias cidades gregas da Ásia Menor, dominadas pelos persas, se rebelam e atacaram as tropas persas. Atenas e Erétria mandam mais de dois mil soldados para ajudar essas cidades rebeladas. Dentre as cidades rebeladas destaca-se Mileto, cidade do matemático Tales. O exército persa, mais poderoso, domina a revolta e como castigo incendeia cidade de Mileto. Em seguida Dario I envia seu poderoso exército para punir as cidades gregas europeias que haviam ajudado as cidades da Ásia Menor. Essa foi a primeira invasão persa que ocorreu por volta de 490 a. C.

A cidade de Erétria e suas vizinhas foram devastadas e incendiadas, os gregos estavam despreparados militarmente para enfrentar uma grande invasão. Atenas praticamente enfrentou os persas sozinha; teriam solicitado ajuda dos espartanos, todavia a ajuda não chegou a tempo hábil. O general ateniense Milcíades, comandando 10 mil soldados, conseguiu impedir o desembarque de cinquenta mil soldados persas no conhecida Batalha de Maratona. Batalha esta que ficou famosa pela saga de Fidípides, soldado ateniense que após a batalha foi ordenado que voltasse correndo para Atenas para avisar aos sacerdotes e mulheres que Atenas havia vencido. Conta a saga que as mulheres e sacerdotes de Atenas  tinha ordens de matar todas as crianças, para que não fossem escravizadas pelos persas, caso não tivessem notícias da vitória dentro de dois dias. Fidípides correu até Atenas e após gritar “Nike” caiu morto.

Após dez anos Xerxes I, herdeiro de Dário I, fez uma travessia lendária do estreito de Dardanelos. Sem barcos suficientes para todos os soldados ordenou a construção de pequenas embarcações que foram emparelhadas formando uma grande ponte flutuante. Assim os persas chegam às portas dos gregos.

A primeira cidade a ser atacada seria Esparta, que estava com seu exército fora da cidade. Com um pouco mais de 300 homens da guarda de elite, liderados pelo rei espartano Leônidas, e auxiliados por alguns soldados de cidades vizinhas, espartanos enfrentaram o poderoso exército persa no desfiladeiro de Termópilas, local estratégico para evitar o avanço dos persas, e ganhar tempo para Esparta e toda a Grécia.

Os persas foram retardados em Termópilas e entenderam que os gregos eram um grande inimigo a ser enfrentado. Os persas então marcharam para Atenas, incendiaram a cidade, a população ateniense se refugiou na ilha de Salamina e organizou o contra ataque. Com uma frota naval poderosa, comandada pelo general Temístocles, os atenienses enfrentaram os persas na batalha de Salamina.

Depois de Salamina, os atenienses impuseram derrotas decisivas sobre os persas nas Batalhas de Plateia e na Batalha de Micale. Os gregos se organizaram em torno da Liga de Delos, uma confederação de cidades organizadas para defender a Grécia; as cidades gregas deveriam enviar soldados, dinheiro e recursos para fortalecer a defesa da Grécia. Embora com sede na Ilhar de Delos, Atenas era quem comandava a Liga. Em 448 a.C. os gregos impuseram aos persas a Paz de Cales.

Graças a Liga de Delos a cidade de Atenas se tornou poderosa e submeteu as demais cidades. Com muitos recursos os atenienses passam pelo século de Péricles, era o auge da cidade grega. Os atenienses viram a possibilidade de unificar toda a Grécia. Porém o que deveria uni-los trouxe mais guerras que levariam a decadência da Grécia.

Fonte: 
ARRUDA, José Jobson de A.. História Antiga e Medieval. 18 ed. São Paulo: Ática, 1996. 528 p. 1 vol. 

Herodotus' twenty-first logos: the Persians cross to Europe. Disponível em www.livius.org.

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